06/03/2012
- 00h000 DCI
"Direto de Brasília": Carteira assinada por hora
O autor é
correspondente do DCI, na capital federal...
Abnor Gondim
O governo está concluindo e deve
enviar, nos próximos meses, ao Congresso Nacional, uma proposta que vai
incluir novas modalidades de contratação de trabalhadores pela Consolidação das
Leis Trabalhistas (CLT). Como eixos centrais, a mudança vai possibilitar a
admissão de empregados com a assinatura de carteira de trabalho por contratos
eventuais ou por hora trabalhada.
Divisão
sindical entre as centrais
A ideia do Ministério do Trabalho
caiu como um pomo da discórdia entre principais centrais sindicais do
País. A Força Sindical, presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da
Silva (PDT-SP), defende as novas modalidades de contratação. Quer ser convidada
para debater a proposta. A CUT ficou de cabelos em pé ao saber da proposta. Em
vez de ajudar na formalização, entende que tal iniciativa poderá provocar a
precarização da mão de obra já formalizada.
“Imexível”
Outras cinco centrais sindicais
(UGT, CTB, CGTB, CSP e Nova Central Sindical) entendem que a CLT é
“imexível”, adjetivo criado por Rogério Magri, ex-ministro do Trabalho no
governo Collor. No dia 16, vão estar no Rio fazendo uma manifestação em defesa
da CLT. Ao mesmo tempo, aos poucos, o governo vai tentando fatiar uma reforma
trabalhista prevista no Plano Brasil Maior, de incentivo à indústria.
Congresso
empresarial
Apesar de apoiar em sua grande
maioria um governo egresso do movimento sindical, o atual Congresso Nacional
tem um forte peso da ala patronal. Por isso, os representantes de trabalhadores
temem a aprovação de propostas que diminuiriam os encargos da folha de
pagamento para as empresas, como o Simples Trabalhista e a terceirização. Essa
última já tem uma versão pronta para ser votada.
Terceirização
responsável
A proposta de terceirização que
teve como relator o deputado Roberto Santiago (PV-SP) agradou gregos e
troianos. Nem tanto ao céu. Nem tanto ao mar. Ficou definido que os
contratantes (leia-se governo) somente serão solidários, em caso de não
pagamento de encargos atrasados, se não fiscalizarem o contratado. Enfim, novos
confrontos entre capital e trabalho terão lugar no Congresso, se o encurtamento
do ano legislativo der espaço.
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